Com a ajuda de um especialista, o tratamento do mau hálito é simples e a cura do problema pode mudar a história de uma vida.
O mau hálito abala a vida social de muita gente. As amizades, o namoro e até mesmo o emprego podem ser comprometidos por causa do odor exalado pela boca. São mais de 50 fatores que provocam a halitose, a maioria deles com origem bucal. Mas ser apenas um fiel usuário da escova de dentes não resolve o problema. É preciso que o dentista investigue as causas para indicar o tratamento correto, sem paliativos.
O tabu
Como avisar que alguém sofre de mau hálito? É difícil encontrar quem esteja disposto a realizar esta tarefa e, por isso, a maioria das pessoas acaba afastando do seu convívio o indivíduo com halitose. “Adiar a resolução do mau hálito só causa prejuízos pessoais. Dessa forma, quem desconfia ser vítima deste mal deve procurar o dentista para fazer uma avaliação da intensidade dos gases bucais”, afirmam as Dras. Carmen Luiza Mourão e Esther Klein. É comum a pessoa com halitose desconhecer que sofre deste problema. Isto acontece porque o bulbo olfativo, um segmento do sistema nervoso central, fica “acostumado” com o mau cheiro, fazendo com que não se reconheça o odor proveniente da boca. “Um parente mais próximo deve fazer este alerta para evitar que a pessoa passe por constrangimentos desnecessários. Se for preciso, peça ajuda ao dentista. Avisar é um sinal de carinho e atenção”, aconselham as Dras.
Pagar pela língua
Existe uma orientação especial para cada caso de halitose. Balas e chicletes, por exemplo, podem ajudar a piorar a situação de quem tem o problema. “O sabor de menta disfarça o mau cheiro apenas por alguns minutos e, em alguns casos, o excesso de açúcar só ajuda a gerar cáries”, explica Dra. Esther. O diagnóstico do mau hálito começa com um longo questionário para descobrir a sua causa que pode ser devido a um fator (ou uma combinação de fatores) de ordem oral, sistêmica, hábitos alimentares ou pessoais. “Uma das grandes importâncias do diagnóstico da halitose é detectar doenças de ordem geral que ainda poderiam estar ocultas e portanto sem tratamento.” orienta Dra Carmen. Nesta fase inicial também são feitos alguns testes. Entre eles, a medição dos Compostos Sulfurados Voláteis – CSV produzidos pelas bactérias que se instalam na saburra lingual, a camada esbranquiçada que fica sobre a língua. Quanto maior o índice de CSV, mais intenso é o odor do hálito. Outro exame é a sialometria: medição da produção de saliva. Existe uma relação direta entre a quantidade de saliva produzida, o acúmulo de saburra na língua, e a quantidade de bactérias produtoras de CSV.
“Também devemos ressaltar que há uma importante associação entre a doença gengival e a halitose” segundo Dra. Carmen, especialista em Periodontia. Assim, somente o especialista poderá orientar o que deve ser feito. Muitas vezes o tratamento se resume simplesmente na mudança de alguns hábitos. Outros casos exigem maiores cuidados odontológicos ou até da atuação de especilistas da área médica. Para qualquer caso, no entanto, a boa higiene oral é imprescindível .“Novas pesquisas sobre a halitose provam que 90% das causas do problema estão na língua. O limpador de língua, um simples utilitário que pode ser comprado em farmácias, ajuda na limpeza da saburra.
Hábito versus hálito
Hoje em dia, o estresse é uma causa muito comum do mau hálito. Porém, se acostumar com esta condição é uma forma de motivar um problema ainda mais sério. Uma pequena adaptação nos seus hábitos diários pode levar a um grande benefício na sua saúde geral.
A alimentação equilibrada é uma aliada do bom hálito. Alguns alimentos ingeridos em demasia, como café, alho, cebola, frituras e gorduras, podem provocar o mau cheiro na boca. Procure evitar também os jejuns prolongados e não esqueça de beber água durante o dia. Ela ajuda na manutenção do hálito fresco.
Dentistas responsáveis pelo tratamento de halitose: Dras. Anelise Valente, Carmen Mourão e Esther Klein.